segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Convergência: sociedade participativa



Observada em inúmeros processos de circulação de conteúdos por diferentes suportes e caminhos midiáticos, a chamada cultura da convergência extrapola os limites tecnológicos e, passa a representar as particularidades subjetivas do indivíduo que constrói suas próprias conexões de acesso às informações de seu interesse. De acordo com Jenkins (2008, p. 27), “Convergência é uma palavra que consegue definir transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais, dependendo de quem está falando e do que imaginam estar falando.”
Os até então dispersos meios de comunicação passam a interagir através de aplicativos compatíveis entre si e as informações que transitam nessa rede ganham uma nova roupagem quando atingem o consumidor final. Conforme enfatiza Jenkins (2008, p. 36):
Diversas forças, contudo, começaram a derrubar os muros que separam esses diferentes meios de comunicação. Novas tecnologias midiáticas permitiram que o mesmo conteúdo fluísse por vários canais diferentes e assumisse formas distintas no ponto de recepção.

As tradicionais relações entre as vias tecnológicas e seus usuários vêm dando espaço para que estes, através da escolha de uma ferramenta ou do uso de várias, simultaneamente, possam elaborar, disseminar e principalmente, compartilhar conteúdos na rede por meio de dispositivos fixos e móveis:

A convergência tecnológica parece tender a cancelar a validade de fronteiras entre diferentes tipos de produtos intelectuais e serviços informativo-culturais, bem como a suprimir as linhas divisórias entre comunicação privada e de massa, entre meios baseados em som e em vídeo, entre texto e vídeo, entre as imagens baseadas em emulsão e as eletrônicas e mesmo, a fronteira entre o livro e a tela. (MIRANDA, 2000, p. 79).

A cultura da convergência reflete a nova cultura participativa, na qual o indivíduo interage e edifica novos ambientes e valores sociais. Tal indivíduo estabelece uma rede de significados em relação ao que vê, ouve e lê. É um ser plural, nada passivo, que consome informação a seu modo e agrega valores a coisas e situações aparentemente insignificantes. Através da relação com os novos saberes, são criados laços sociais de comunicação e aprendizado:
Toda atividade, todo ato de comunicação, toda relação humana implica um aprendizado. Pelas competências e conhecimentos que envolve, um percurso de vida pode alimentar um circuito de troca, alimentar uma sociabilidade do saber. (LEVY, 2007, p. 27).

A participação das pessoas na construção de novos valores econômicos, políticos e sociais é um reflexo da convergência de mídias distintas e compatíveis entre si, cada vez mais direcionadas ao interesse da coletividade. Cada vez mais, as economias de mercado estão interessadas nos grupos formadores de opiniões, nos consumidores finais de seus produtos. Os grupos sociais, seus valores, crenças e conhecimentos compartilhados em diferentes canais midiáticos constroem regras subjetivas e submetem grandes corporações à remodelagem de seus processos, à reavaliação de conceitos e diretrizes.
Um novo ser humano, autônomo e participativo está emergindo deste mar tecnológico, onde vários e múltiplos segmentos sociais convergem e traçam novos limites, novas dimensões e possibilidades interativas.
 

REFERÊNCIAS

JENKINS, Henry. Cultura da convergência. São Paulo: Aleph, 2008. p. 25-51. Disponível em: <http://portalliteral.terra.com.br/lancamentos/download/9065_capitulo_1__culturadaconvergencia.pdf>. Acesso em: 27 nov. 2011.
LEVY, Pierre. A inteligência coletiva: por uma antropologia do ciberespaço. 5. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2007. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=N9QHkFT_WC4C&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false>. Acesso em: 27 nov. 2011.
MIRANDA, Antonio. Sociedade da informação: globalização, identidade cultural e conteúdos. Ci. Inf., Brasília, v. 29, n. 2, p. 78-88, maio/ago 2000. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/ci/v29n2/a10v29n2.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2011.


segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O social na rede




As comunidades e redes sociais virtuais são construídas, mantidas e divulgadas entre indivíduos que compartilham interesses em comum. É a face mais expressiva da internet colaborativa. Constitui-se na ocupação do espaço virtual de forma personalizada e global. Segundo enfatiza Recuero (2009, p. 25):
Rede social é gente, é interação, é troca social. É um grupo de pessoas, compreendido através de uma metáfora de estrutura, a estrutura de rede. Os nós da rede representam cada indivíduo e suas conexões, os laços sociais que compõem os grupos.

As possibilidades de interação permitidas pelas redes e comunidades virtuais facilitam o trânsito da informação através de conexões cada vez mais complexas e heterogêneas. As pessoas, enquanto ponto de referência e acesso aderem a sites como o Orkut, Facebook, Myspace, Twitter, Linkedin, dentre outros, participam de listas de discussões e fóruns com o intuito de trocar experiências, estabelecer vínculos, opinar sobre assuntos de interesse. E toda essa convergência de opiniões, idéias e vivências são fortalecidas no ambiente virtual, de acordo com Hillis (2004, p. 115):
[ . . . ] os ambientes virtuais na verdade propõem que os usuários experienciem as concepções de outrem (o que em si não é um fenômeno novo), representadas como sensações muito vívidas, experenciadas por meio de um processo de imersão (um novo fenômeno que reduz a distância ou o espaço entre o objeto e o sujeito).

Tal imersão impulsiona o fortalecimento de redes colaborativas que, por meio de seus próprios canais permitem a troca de conhecimento em tempo real e na medida certa. Grande ícone da construção colaborativa do conhecimento, a Wikipédia mobiliza milhões de pessoas a colaborar na construção de conceitos e verbetes nos mais diversos assuntos e idiomas. Outra referência da internet colaborativa é o Crowdsourcing que, conforme a enciclopédia citada: “é um modelo de produção que utiliza a inteligência e os conhecimentos coletivos e voluntários espalhados pela internet para resolver problemas, criar conteúdo e soluções ou desenvolver novas tecnologias.” (WIKIPÉDIA, 2011).
As modalidades de troca de dados, informação e conhecimento estão sendo reestruturadas num ambiente virtual cada vez mais “real”. O compartilhamento acontece de forma colaborativa e espontânea, as ideias e os conceitos são socialmente divididos e multiplicados entre as partes interessadas. E é nessa nova esfera que os profissionais da informação devem se movimentar e atuar. Criar vínculos com seus usuários através de comunidades virtuais, abrir espaço para as contribuições destes, planejar e construir ações em parceria com todos aqueles que utilizam ou possam vir a utilizar os serviços da Unidade de Informação. É grande o potencial das comunidades e redes sociais virtuais, sua consolidação é evidente e está redesenhando as bases convencionais da economia, da política e das relações humanas.
Compartilhar é tudo de bom!


REFERÊNCIAS

HILLIS, Ken. Sensações digitais. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2004. p. 115.
RECUERO, Raquel. Redes sociais. In: SPYER, Juliano (org.). Para entender a internet: noções, práticas e desafios da comunicação em rede. 2009. Disponível em: < http://www.esalq.usp.br/biblioteca/PDF/Para_entender_a_Internet.pdf >. Acesso em: 21 nov. 2011.
WIKIPÉDIA. Crowdsourcing. 2011. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Crowdsourcing >. Acesso em: 21 nov. 2011.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Galerias virtuais


Os indivíduos estão reconstruindo suas identidades tanto pessoais como coletivas a todo momento. É de ressaltar, portanto, que ao considerarmos os museus como instituições que lidam com a construção da memória, não há como ignorarmos que eles fazem parte da história, de um processo aberto cujo destino está em aberto. (SANTOS; CHAGAS, 2007, p. 13).

Os museus, representações da memória coletiva de instituições, lugares e períodos, resguardam os tesouros patrimoniais da humanidade. Originaram-se do hábito do homem em colecionar objetos. A definição de museu segundo o Comitê Internacional de Museus – ICOM (2001):
Instituição permanente, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que adquire, conserva, investiga, difunde e expõe os testemunhos materiais do homem e do seu entorno, para educação e deleite da sociedade.

Pela ótica contemporânea, esses espaços vêm modificando as suas raízes de interatividade, seus acervos tridimensionais estão ocupando ambientes virtuais e sendo vistos por uma infinidade de pessoas ao redor do planeta. De acordo com Carvalho (2008, p. 84), “A existência simultânea de museus físicos e eletrônicos constitui uma marca deste século no âmbito cultural contemporâneo.”

Visita virtual: webmuseus
Seguem algumas observações sobre os recursos utilizados por webmuseus, ou museus virtuais, e suas possibilidades de interação com o visitante em ambiente virtual.

Museu da Pessoa
O acervo do museu virtual Museu da Pessoa é construído de forma colaborativa e gratuita com a participação de todas as pessoas que queiram compartilhar suas histórias de vida, através de depoimentos em vídeo, fotos e áudio. O recurso de busca utilizado no site permite a pesquisa pelo nome da pessoa (depoente), é possível navegar pelas categorias: Exposição (Educação, História, Vida cotidiana, Sociedade, Economia e Cultura), Coleções (criadas pelos internautas e pelo Museu da Pessoa), Fotografias (busca por álbuns), Rádio Museu da Pessoa (busca por áudios). O site no geral é bem intuitivo e de fácil navegação. A proposta de interação acontece por meio da participação das pessoas, de seus depoimentos e compartilhamento de documentos pessoais como as fotografias que compõe o acervo do museu.

Museu de Arte de São Paulo Assis Chateubriand - MASP
Na página inicial do MASP há a divulgação das exposições correntes. A categoria Acervo traz a possibilidade de busca por autor, título, categoria da obra e tipo de obra, os resultados da busca apresentam as imagens das obras selecionadas com uma descrição detalhada. Ao clicar da imagem, esta abre numa dimensão maior. Na categoria Visite o Museu, são encontradas informações de localização, horário de funcionamento e demais serviços. Através de sua Galeria de Imagens (fotografias) é possível conhecer a parte externa e interna do museu. Com o recurso ZoomArt disponibilizado no menu inferior há a possibilidade de aproximar os detalhes de algumas obras em exposição. Os recursos de interatividade possibilitam que as imagens das obras das exposições permanentes e temporárias, em geral, aumentam de tamanho uma vez.

Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli- MARGS
Na categoria Acervo há duas subcategorias que podem ser consultadas: Perfil (informações sobre o perfil do acervo, origens e desenvolvimento da coleção) e Seleção de Obras (a busca por obras do acervo podem acontecer através da escolha da técnica empregada pelo autor, como aquarelas, esculturas, desenhos, gravuras, ou por busca percorrendo uma lista em ordem alfabética). O item Tour Virtual permite conhecer o museu através de fotografias da parte externa e interna do museu. O menu interativo localizado à esquerda é inconstante para a navegação, ao passar o mouse é difícil fixar na categoria que se deseja visualizar.

Museu virtual de Arte Brasileira
No momento da visita virtual, em 07 de novembro de 2011, a página estava em construção: “Estamos acertando os ponteiros e melhorando o Museu Virtual. Para receber informações sobre as atividades que futuramente desenvolveremos no MVAB assine a nossa lista.” (MVAB, 2011).

The Virtual Museum of Iraq
O Museu Virtual o Iraque é um projeto do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália (CNR), corresponde a uma versão virtual do Museu Nacional do Iraque, sua coleção é composta por obras históricas da civilização que habitava a região do rio Tigre e Eufrates. Na página inicial há uma animação com um mapa da região da antiga Mesopotâmia. Na sequência abre o Hall com as salas para visitação de arte pré-histórica, suméria, assíria, islâmica, entre outras. As obras estão em 3D, ao clicar elas se destacam do entorno e apresentam as opções para se obter uma descrição da obra, outra para uma exploração mais detalhada e ainda, há a oportunidade do visitante apreciar um vídeo acompanhado de narrativa. A música que acompanha a visita, característica daquela região, reproduz a atmosfera que remete às regiões das quais as obras foram originadas. Faltam informações introdutórias que apresentem o museu e suas propostas de interação.

Web Gallery of Art
O Wen Gallery of Art é um museu virtual e um banco de dados para pesquisadores da pintura e escultura européia. As obras da coleção são acompanhadas por informações históricas, por detalhes da obra e do artista que a realizou. Apresenta uma ferramenta de busca por artista, período histórico, tipo de obra, ano de execução. A opção Tours possibilita um passeio pelos diversos gêneros artísticos da arte européia. Em Dual-Window View, partindo da escolha do artista e sua abra, esta pode ser dimensionada para uma visualização de 25% a 200%. Os recursos de interatividade são limitados.

Museu Virtual de Artes El País– MUVA II.
O MUVA II é um museu estritamente virtual criado com o intuito de suprir as limitações socioeconômicas de algumas localidades do Uruguai que não podem arcar com a construção de um museu novo. Ultrapassando as barreiras físicas de infraestrutura e desenvolvimento de coleções de qualidade, o MUVA II torna-se referência na divulgação de artistas uruguaios e latino americanos. Há vários recursos de navegação e interatividade. O museu possui dois pisos com salas distintas que abrigam as exposições. Ao selecionar uma obra outra página é carregada com informações sobre o artista e a obra escolhida, é possível aproximá-la com o recurso de zoom. O visitante pode agregar obras e montar uma coleção particular no site através da opção Mi Colección. Nos recursos de multimídia há vídeos com entrevistas e depoimentos do artista da obra que está sendo visualizada. O site apresenta alto índice de interação, os recursos de navegação permitem de maneira fácil e intuitiva a localização das informações que se pretende explorar.

Considerações
Os museus virtuais funcionam como agentes facilitadores na democratização do acesso à arte e à cultura como um todo. A apreciação de uma obra num ambiente virtual, quando acompanhada dos recursos adequados, de zoom, som, imagem e informações adicionais se transforma numa experiência enriquecedora. Pessoas que se encontram distantes dos grandes centros podem, através de uma visita virtual interagir com esses espaços únicos através de um computador conectado à internet. E ainda, os webmuseus que possuem uma “versão física” podem estimular o visitante à conhecer o seu acervo in loco.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Rosane Maria Rocha de. Comunicação e informação de museus na internet e o visitante virtual. Revista Museologia e Patrimônio, Rio de Janeiro, v. 1, n. 1, jul./dez. 2008. Disponível em: < http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/viewFile/8/4>. Acesso em: 07 nov. 2011. p. 84.

COMITÊ INTERNACIONAL DE MUSEUS – ICOM. Definição [de museu] aprovada pela 20. Assembléia Geral. Barcelona, Espanha, 6 de julho de 2001. Disponível em: < http://www.museus.gov.br/sbm/oqueemuseu_museusicom.htm >. Acesso em: 07 nov. 2011.
SANTOS, Myrian Sepúlveda dos; CHAGAS, Mário de Souza. A linguagem de poder dos museus. In: ABREU, Regina; CHAGAS, Mário de Souza; SANTOS, Myrian Sepúlveda dos. (orgs.). Museus, coleções e patrimônios: narrativas polifônicas. Rio de Janeiro: Garamond, MinC/IPHAN/DEMU, 2007. p. 12-19.

FONTES CONSULTADAS

INSTITUTO MUSEU DA PESSOA. O que é o museu. [20--]. Disponível em: < http://www.museudapessoa.net/oquee/>. Acesso em 07 nov. 2011.

MUSEU DE ARTE DE SÃO PAULO ASSIS CHATEUBRIAND - MASP. Acervo: a coleção do MASP. [20--]. Disponível em: <http://www.masp.art.br/masp2010/acervo_sobre_o_acervo_do_masp.php>. Acesso em: 07 nov. 2011.

MUSEU DE ARTE DO RIO GRANDE DO SUL ADO MALAGOLI – MARGS. Acervo: perfil do acervo. [20--]. Disponível em: < http://www.margs.rs.gov.br/acervo_perfil.php >. Acesso em: 07 nov. 2011.

MUSEU VIRTUAL DE ARTE BRASILEIRA – MVAB. 2011. Disponível em: <http://www.museuvirtual.com.br/>. Acesso em: 07 nov. 2011.

MUSEU VIRTUAL DE ARTES EL PAÍS– MUVA II. Finalidades. [20--]. Disponível em: <http://muva.elpais.com.uy/flash/muva.htm?&lang=sp>. Acesso em: 09 nov. 2011.

MUSEU virtual do Iraque exibe tesouros históricos na web. 10 jun. 2009. Disponível em: <http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI3817639-EI12884,00-Museu+virtual+do+Iraque+exibe+tesouros+historicos+na+web.html>. Acesso em: 09 nov. 2011.

THE VIRTUAL MUSEUM OF IRAQ. Halls. [20--]. Disponível em:
<http://www.virtualmuseumiraq.cnr.it/homeENG.htm>. Acesso em: 09 nov. 2011.

WEB GALLERY OF ART. Welcome to the Gallery!. Disponível em:  
<http://www.wga.hu/frames-e.html?/welcome.html>. >. Acesso em: 09 nov. 2011.

domingo, 6 de novembro de 2011

A nova face da leitura



O ambiente digital propicia ao leitor novas experiências na construção do conhecimento. Novas posturas e atitudes devem ser adotadas para se extrair um melhor proveito das tecnologias que apontam. Simeão e Miranda (2005, p. 69), destacam: “A produção da informação em uma sociedade global e virtual gera novas práticas de leitura e interação.” A cultura digital está delineando novos caminhos para a disseminação das produções intelectuais, sejam elas individuais, coletivas ou colaborativas, nos mais diversos gêneros. No centro de tais abordagens destaque para os e-books, livros digitais que vêm desafiando o reinado dos livros impressos. “A mobilidade, a sustentabilidade ambiental e econômica são vantagens do livro digital, além da democratização da informação.” (CULTURA..., 2011, p. 37).
Os tablets e os e-readers são os dispositivos eletrônicos mais difundidos e utilizados para a prática da leitura digital, além dos smartphones, laptops e computadores convencionais. O iPad, tablet de sucesso da Apple, além de desenvolver aplicativos direcionados aos leitores digitais entre jovens e adultos, investe em aplicativos específicos voltados para o público infantil, (ALICE..., 2011) :

O setor editorial se vê diante de um desafio quanto à exploração comercial dos e-books no país. Keller apud Cultura... (2011, p. 37) destaca sua experiência como coordenador da divisão de publicações eletrônicas da Edipucrs , “ Quando começamos a parte de publicação eletrônica, era preciso um trabalho de convencimento do autor, pois o apelo do papel era muito forte. Hoje a demanda por e-books é crescente e tem fila de espera.” A Editora Universitária da PUCRS conta atualmente com 147 obras no formato digital. Para o consumidor brasileiro, as barreiras que impedem o consumo de obras em formato digital são os preços dos dispositivos eletrônicos (a concorrência entre os fabricantes vêm diminuindo seu custo cada vez mais), a falta de compatibilidade entre formatos e aplicativos e a baixa oferta de títulos em português.
A Amazon empresa fabricante do e-reader Kindle, lançou recentemente para seus clientes norte-americanos o Lending Library, um serviço que permite o empréstimo gratuito de milhares de livros sem prazo de entrega. Conforme Pinheiro (2011), “é possível alugar um livro de cada vez, com limite de um título por mês, [ . . . ] entre os mais de 5 mil títulos que estão disponíveis encontram-se cerca de 100 atuais ou antigos bestsellers do New York Times.”



E a biblioteca? Qual o seu papel nessa sociedade da informação cada vez mais complexa e imediatista? A gestão e a construção de um acervo digital e até mesmo a implantação de uma biblioteca digital é um desafio que se faz presente. Em uma biblioteca digital, de acordo com Procópio (2004, p. 26), “Milhares de pessoas poderão ter acessos a livros sem o oneroso custo do papel ou da distribuição física.” E ainda:
Em uma Biblioteca Pública Digital, ou uma Biblioteca Digital Comunitária, é possível o acesso universal em qualquer lugar que tenha computadores disponíveis conectados à Web, o que permite a qualquer pessoa ler, estudar, aprender a interagir com um universo literário. (PROCÓPIO, 2004, p. 25).

O livro impresso não está fadado ao fim, o que está acontecendo é uma dinamização no processo de consumo da informação. Acredito que o livro impresso irá coexistir pacificamente com o livro em formato digital. É preciso aceitar tais transformações e elaborar políticas que contemplem esse novo ambiente informacional, essa esfera virtual tão rica em conteúdos dinâmicos e originais. O comportamento dos novos leitores digitais deve ser considerado nos estudos de usuários atuais. As bibliotecas e demais Unidades de Informação devem favorecer a democratização do acesso a conteúdos em diferentes plataformas e de quebra promover a inclusão digital de boa parte da população.
 
 
REFERÊNCIAS

ALICE in Wonderland: iPad ebook. 2011. 1 vídeo. Disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=ffFmtQWrYNg&feature=related>. Acesso em: 04 nov. 2011.
CULTURA digital enriquece o mundo da leitura. Porto Alegre, PUCRS Informação, n. 156, set./out. 2011. Edição impressa.
PINHEIRO, Carlos. Amazon lança serviço gratuito de empréstimo de ebooks. Ler ebooks, 03 nov. 2011. Disponível em: <http://lerebooks.wordpress.com/category/e-readers/>. Acesso em: 05 nov. 2011.
PROCÓPIO, Ednei. As possibilidades de uma biblioteca digital. In: ______. Construindo uma biblioteca digital. São Paulo: EI – Edições Inteligentes, 2004. Disponível em: <http://virtualbooks.terra.com.br/osmelhoresautores/download/bibliotecadigital.ppd>. Acesso em: 06 nov. 2011.
SIMEÃO, Elmira; MIRANDA, Antonio. O texto virtual e os sistemas de informação: nova leitura das propostas de Ítalo Calvino. Brasília: Thesaurus, 2005.

sábado, 29 de outubro de 2011

Notícia na rede


     A partir da escolha de uma notícia veiculada em jornais nacionais e internacionais, segue uma análise das diferentes abordagens encontradas.
     A notícia selecionada, divulgada no dia 27 de outubro de 2011 nos principais jornais do mundo, traz a declaração do presidente francês Nicolas Sarkozy em entrevista transmitida ao vivo pelas duas grandes redes de televisão do país, aos telespectadores franceses. Dentre os assuntos abordados por Sarkozy, o que mais chamou a atenção da imprensa internacional foi sua declaração acerca da entrada da Grécia na Zona do Euro: "Aceitar a Grécia no euro foi um erro."

ESTADÃO – São Paulo, SP (Brasil)
Título de divulgação: “Foi um ‘erro’ admitir a Grécia no euro em 2001, diz Sarkozy”
     A notícia enfatiza a declaração do presidente da França Nicolas Sarcozy, nesta quinta-feira, dia 27 em rede nacional francesa, sobre a entrada da Grécia na zona do euro. Segundo Gozzi (2011), Sarkozy declara que foi um erro admitir o país que há dez anos entrou com dados econômicos falsos. Traz uma passagem veiculada no The Guardian: "Se o euro tivesse explodido ontem à noite, toda a Europa teria explodido junto. Se a Grécia tivesse dado calote, haveria um efeito dominó que arrastaria todo mundo junho.", declarou Sarkozy. (GOZZI apud THE GUARDIAN, 2011).
     De acordo com Gozzi (2011), o presidente admite que graças às decisões tomadas em Bruxelas, a Grécia ainda tem grandes chances de se salvar.
     Além do posicionamento do líder francês que repercutiu no mundo inteiro, a reportagem traz a afirmação de Sarkozy quanto à participação da China nos mercados mundiais, com relação ao sistema global de câmbio. E ainda, sobre a ação de monitoramento dos bancos franceses a fim de fortalecer os níveis de capital.

JORNAL DO BRASIL – Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
“Sarkozy diz que entrada da Grécia na Zona do Euro foi um erro”, assim destaca o Jornal do Brasil, em notícia veiculada em 27 de outubro de 2011.
     Segundo o Jornal do Brasil (2011), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, declarou nesta quinta-feira que “confia” que a Grécia sairá da crise que ameaça se propagar para outros países europeus, apesar de considerar “um erro” a entrada desse país na Zona do Euro em 2001. De acordo com o JB (2011), Sarkozy, fez tal declaração com o intuito de explicar o plano ‘anticrise’ adotado em Bruxelas, antes de afirmar que acredita na recuperação da Grécia.
     A notícia destaca a declaração do presidente francês, segundo o JB (2011), sobre o acordo realizado em Bruxelas, na noite anterior à declaração: “[ . . . ] se não tivéssemos chegado a um acordo na noite de ontem, não era apenas a Europa que ia afundar, mas o mundo inteiro. ”

EL PAÍS  - Madrid (Espanha)
Sarkozy: "Hemos evitado una catástrofe al mundo entero" (“Evitamos uma catástrofe para o mundo”), o título da notícia resume a declaração do presidente francês.
     O jornal espanhol destaca a necessidade do presidente em proteger os franceses da crise. Enfatiza de forma dramática que Sarkozy estava apocalíptico, “[ . . . ] entregue de corpo e alma a salvação dos franceses, europeus [ . . . ].” (MORA, 2011).
     Sobre a Grécia e sua vinculação à zona do euro em 2001, Sarkozy, segundo Mora (2011), diz que foi um erro porque o país entrou apresentando números falsos, que não estava preparada e que no momento todos estão sofrendo com as conseqüências.
     Além da declaração sobre a Grécia, a reportagem traz os posicionamentos do presidente sobre a sua candidatura no final de janeiro, as relações estreitas entre França e Alemanha e sobre a baixa na previsão de crescimento da França para 2012.

LE MONDE – Paris (França)

“Les 10 leçons de l'intervention de Nicolas Sarkozy” ( “As 10 lições da intervenção de Nicolas Sarkozy “), título veiculado no Le Monde, nesta quinta-feira, dia 27 de outubro de 2011.

      A reportagem mostra um panorama completo da declaração do presidente francês Nicolas Sarcozy, em rede nacional francesa. Enumera em dez tópicos, as principais abordagens do presidente. O primeiro deles, e o que mais repercutiu na imprensa internacional, de acordo com o Le Monde (2011), foi: “Aceitar a Grécia no euro foi um erro.” Nicolas Sarcozy, segundo Le Monde (2011), diz que nem ele, nem a chanceler alemã, estavam no poder quando foi decidida a admissão da Grécia no euro, e defendeu ainda, uma integração mais econômica e menos política na UE-27.

     A notícia destaca outros tópicos de interesse à população francesa como as questões das aposentadorias, faz críticas aos bancos e seus sistemas financeiros, aos cortes de gastos públicos em outros países, menciona a convergência com a Alemanha com relação a taxa de imposto, a importância da reciprocidade no comércio internacional. Destaque também para a revisão do crescimento de um novo plano de poupança francês e, para a contratação e remuneração de funcionários públicos, dentre outros tópicos.

Análise
     A notícia sobre a declaração do presidente francês, Nicolas Sarkozy, apresentada pela ótica de dois jornais nacionais – Estadão (O Estado de São Paulo) e Jornal do Brasil, e ainda, por dois jornais internacionais – El País e Le Monde, enfatiza uma parte do discurso do líder francês em rede nacional. A exceção do jornal Le Monde que pontuou outros tópicos de interesse da população francesa. A declaração de que a entrada da Grécia na Zona do Euro foi um erro, constitui boa parte da matéria no Estadão, no Jornal do Brasil e no El País, pois as informações adicionais giram em torno desse núcleo. O autor da notícia veiculada no Estadão traz uma passagem do The Guardian para exemplificar e dar mais credibilidade ao conteúdo. Já no Le Monde outras questões coexistem, há vários núcleos, todos de interesse dos franceses e demais países europeus, o conteúdo engloba questões de ordem política e econômica.
     A notícia veiculada online não difere das edições impressas quanto à necessidade de tais canais de comunicação em despertar o interesse dos leitores, estes cada vez mais críticos e exigentes. A estratégia para chamar a atenção para determinados acontecimentos está atrelada a fatos impactantes e polêmicos, no caso citado, um líder de Estado declara, de forma pouco diplomática, o seu posicionamento com relação a uma situação de crise. É notório que as notícias de maior repercussão são aquelas que envolvem personagens de destaque e influência global, em situações globais de interesse político, econômico, cultural, ambiental, etc. Os diferentes enfoques apresentados, muitas vezes de forma sutil, carregam uma porção de parcialidade, diversos aspectos devem ser avaliados e contextualizados para uma argumentação menos ‘enfeitada’ e mais próxima do real. Esta visão sistêmica deve fazer parte das práticas do profissional da informação, por exemplo, quando for preciso direcionar e orientar o usuário para tais fontes de informação. Com uma orientação adequada o usuário acaba aprimorando seu senso crítico, suas habilidades de pesquisa, torna-se desta forma, mais seletivo e eficiente nas suas buscas.


REFERÊNCIAS

GOZZI, Ricardo. Foi um ‘erro’ admitir a Grécia no euro em 2001, diz Sarkozy.  Estadão, São Paulo, SP, 27 out. 2011. Disponível em: < http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,foi-um-erro-admitir-a-grecia-no-euro-em-2001-diz-sarkozy,90065,0.htm>. Acesso em: 28 out. 2011.
LES 10 LEÇONS de l’intervention de Nicolas Sarkozy. Le Monde, Paris, 27 out. 2011. Disponível em: <http://www.lemonde.fr/politique/article/2011/10/27/les-10-lecons-de-l-intervention-de-nicolas-sarkozy_1595347_823448.html#ens_id=1595324>. Acesso em: 28 out. 2011.
MORA, Miguel. Sarkozy: ”hemos evitado una  catástrofe al mundo entero”. El País, Madrid, 27 out. 2011. Disponível em: <http://www.elpais.com/articulo/economia/Sarkozy/Hemos/evitado/catastrofe/mundo/entero/elpepueco/20111027elpepueco_20/Tes>. Acesso em: 28 out. 2011.
SARKOZY diz que entrada da Grécia na Zona Euro foi 'erro'. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, RJ, 27 out. 2011. Disponível em: <http://www.jb.com.br/economia/noticias/2011/10/27/sarkozy-diz-que-entrada-da-grecia-na-zona-euro-foi-erro/>. Acesso em: 28 out. 2011.

domingo, 23 de outubro de 2011

A notícia na web


O formato tradicional do jornal impresso vem aos poucos perdendo espaço para as publicações online. Grandes jornais estampam suas principais manchetes na rede num ritmo acelerado e de forma cada vez mais direcionada e colaborativa.  A possibilidade de efetuar links para informações similares e complementares caracterizam a nova face do intitulado webjornalismo:
Ao transferir-se para a internet, o velho jornalismo-produto se transforma num jornalismo-serviço, um fluxo contínuo de informação que se acumula, indexada, no sítio web, colocando-se à disposição dos usuários que queiram consumi-la. Esse processo significa a desconstrução dos produtos jornalísticos que foram criados ou tiveram seu auge no século XX. (ALVES, p. 97, 2006).

Fonte: Google imagens

A editoração online de jornais e revistas, por ser mais viável economicamente que a versão impressa e apresentar a possibilidade de atualização instantânea de conteúdos, concorre diretamente com os canais habituais de disseminação de notícias como o rádio, a televisão e os periódicos impressos. Conforme Mielniczuk  (p. 5, 2001):
Na web a situação muda, a atualização das notícias pode ocorrer ininterruptamente. Já não é preciso esperar o jornal de amanhã ou o noticiário da noite. Em qualquer momento é possível acessar um webjornal e ler as notícias de interesse atualizadas.

Os novos modelos de interação oferecidos por inúmeras ferramentas na web fazem parte da rotina de milhões de pessoas ao redor do mundo, a relação das pessoas com os conteúdos online está cada vez mais estreita. Há uma nova configuração na organização e divulgação de conteúdos, tais fatos refletem diretamente nas práticas dos profissionais da informação (bibliotecários, arquivistas, museólogos). Exigem de tais profissionais uma readaptação de técnicas e rotinas de trabalho e principalmente, de uma postura aberta e proativa, em consonância com as novas exigências de mercado:
Os profissionais da informação devem, por sua vez, acompanhar todos os avanços tecnológicos, absorver suas potencialidades, aperfeiçoar e agregar valor a estes conhecimentos e, se for o caso, desenvolver novas metodologias para estruturar e tornar acessível a massa de informações disponibilizada na rede. Além disso devem ser capazes de adaptar ou migrar serviços convencionais ao novo meio e gerar novos serviços e produtos de informação, [ . . . ]. (LAMBERT, [2007]).

Como classificar, organizar e planejar o acesso de periódicos que se encontram exclusivamente online? Quais as chances de sucesso de uma indexação colaborativa? Pois esse é o novo cenário de atuação dos atuais e futuros profissionais da informação.
As vantagens que acompanham as publicações online de jornais e revistas, aliadas à aceitação e receptividade dos nativos digitais configuram um fenômeno que tende à expansão. A possibilidade de seleção e reconstrução de conteúdos através dos hiperlinks é uma prática comum entre os que consultam, trabalham, estudam e pesquisam na web. A adaptação dos profissionais da informação a essa nova veiculação de noticias e acontecimentos e aos recursos adicionais de vídeo, som e imagem, presentes em tais publicações é imprescindível. Diria vital.

Referências

ALVES, Rosental Calmon. Jornalismo digital: dez anos de web...e a revolução continua.  [Universidade do Minho], Comunicação e Sociedade, v. 9, n. 1, p. 93-102, 2006. Disponível em: <http://revcom.portcom.intercom.org.br/index.php/cs_um/article/viewFile/4751/4446>. Acesso em: 22 out. 2011
LAMBERT, Maria Betania M. A. O novo papel do profissional da informação na sociedade da informação. [2007]. Disponível em: <http://www.cinform.ufba.br/7cinform/soac/papers/473c6804ab40dff4b47411eded72.pdf>. Acesso em: 23 out. 2011.
MIELNICZUK, Luciana. Características e implicações do jornalismo na Web.  2001. Disponível em:  <http://www.facom.ufba.br/jol/pdf/2001_mielniczuk_caracteristicasimplicacoes.pdf>.  Acesso em: 22 out. 2011. (Trabalho apresentado no II Congresso da SOPCOM, Lisboa, 2001).

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Repositórios de vídeos: a dinâmica da comunicação


Atendendo às novas demandas informacionais e otimizando a comunicação entre diversos segmentos da sociedade, os repositórios exercem, nos espaços virtuais, a função de facilitadores de acesso à informação e ao conhecimento. Concentram registros de diferentes tipos de documentos e formatos. Os repositórios institucionais (RIs), caracterizados como sistemas de armazenamento, preservação, organização e disseminação de informações de ensino e pesquisa, utilizam um software para o gerenciamento de tais atribuições. Quanto à terminologia Weitzel (2006) exemplifica:
De um modo geral, os termos repositórios institucionais ou temáticos são adotados para caracterizar os repositórios digitais que reúnem respectivamente a produção científica de uma instituição e de uma área.

No Brasil, o software mais conhecido e utilizado é o DSpace, que possui código fonte aberto: “Os repositórios DSpace permitem o gerenciamento da produção científica em qualquer tipo de material digital, dando-lhe maior visibilidade e garantindo a sua acessibilidade ao longo do tempo.”(IBICT, [20--]).
Uma das peculiaridades de tais sistemas (RIs) é a possibilidades de gestão e armazenamento de vídeos digitais de caráter acadêmico e educacional. Podemos citar como o exemplos o Zappiens.pt, o Zappiens.br e o Youtube EDU, dentre outros.
 O Zappiens.pt (http://zappiens.pt/index.php) é uma iniciativa da Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) de Portugal , criado em 2008, com a finalidade de armazenar e divulgar conteúdos educativos, científicos, culturais e artísticos em formato de vídeo digital. Divide-se em cinco áreas temáticas: Artes e Humanidades, Ciências em geral, Ciências da Saúde, Ciências Sociais e Engenharias e Tecnologias.

O Zappiens.br (http://www.zappiens.br/portal/home.jsp), é um projeto experimental idealizado como um serviço gratuito de armazenamento e divulgação de conteúdo audiovisual em língua portuguesa que contempla diversas temáticas, tais como, educação, ciência, artes e cultura. Disponibilizado no Brasil em fevereiro de 2010 é de responsabilidade da Comissão de Trabalhos de Conteúdos Digitais (CT-Conteúdos) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Foi criado em parceria com o Arquivo Nacional, a Universidade de São Paulo (USP), a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e a Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN) de Portugal. Possui atualmente 11.450 vídeos cadastrados.

O Youtube EDU (http://www.youtube.com/education?b=400) é um canal do Youtube, o mais popular site de compartilhamento e hospedagem de vídeos da internet. Possibilita assistir aulas e palestras das mais renomadas universidades americanas, tais como UCLA, Stanford, Dartmouth e Universidade de Rhode Island, que representam 4 das mais de 300 Universidades e colégios participantes. O Youtube EDU permite a criação de legendas em português de todas as vídeo-aulas disponíveis.

Os repositórios de vídeos representam um modelo dinâmico de aplicação do conhecimento para fins acadêmicos, educacionais, culturais e recreativos. A informação em movimento, por meio dos vídeos digitais é um fenômeno muito difundido e incorporado pela sociedade contemporânea. Conforme Olivatti (2008):
A internet tem progressivamente deixado de ser um meio elitista, e hoje faz parte do cotidiano de uma parcela considerável da população. Da mesma forma, os recursos de captação de imagens e som são cada vez mais acessíveis e simples de se operar.

Um novo formato de ensino e aprendizagem está tomando corpo e a sua evolução é ascendente, pois a cultura digital é parte integrante da rotina da maioria dos indivíduos.

Referências
IBICT. DSpace: repositórios digitais. Brasília, DF. [20--]. Disponível em: <http://dspace.ibict.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=1>. Acesso em: 14 out. 2011.

OLIVATTI, Tânia Ferrarin. Youtube: novas práticas dos usuários em uma nova cultura digital. In: SIMPÓSIO DO LABORATÓRIO DE ESTUDOS EM COMUNICAÇÃO, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO CIDADÃ, 1., 2008, São Paulo. Anais... São Paulo: Unesp, 2008. Disponível em: < http://www2.faac.unesp.br/pesquisa/lecotec/eventos/simposio/anais/2008_LecoLec_256-267.pdf>. Acesso em: 14 out. 2011.


WEITZEL, Simone da Rocha. O papel dos repositórios institucionais e temáticos na estrutura da produção científica. Em Questão, Porto Alegre, v. 12, n. 1, p. 51-71, jan./jun. 2006. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/19/7>. Acesso em: 14 out. 2011.

Fontes consultadas
CGI.br. Zappiens Experimental: sobre o projeto. Disponível em:< http://www.zappiens.br/portal/visualizarTexto.jsp?midia=sbprojeto>. Acesso em: 14 out. 2011.

FCCN. Zappiens: o que é?. Disponível em: <http://zappiens.pt/pagina.php?id=1>. Acesso em: 14 out. 2011.

WIKIPÉDIA. Repositório institucional. Atualizado em 06 jan. 2010. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Reposit%C3%B3rio_institucional>. Acesso em: 14 out. 2011.

YOUTUBE EDU: aulas gratuitas de universidades americanas. 2010. Disponível em: <http://olhardigital.uol.com.br/produtos/central_de_videos/youtube-edu-aulas-gratuitas-de-universidades-americanas>. Acesso em: 14 out. 2011.